Cartas à Queridagem,
Recife, 21 de maio de 2020
Querida queridagem,
Domingo é o dia do meu aniversário e eu estarei de parabéns. Eu sempre achei muito massa o dia do aniversário da pessoa porque todo mundo dá “parabéns” sem ela ter feito nada de muito especial.
Completou mais um ciclo nessa vida. Mais uma volta ao redor do Sol. Acho divertido quem diz que tem “seiquantos Carnavais”, “seiquantos verões”. Tomara que siga sendo assim. Que tenhamos sempre carnavais, verões e primaveras para contribuir com o sentido de nossas vidas.
Pois jajá chega o tal do “meu dia” e dessa vez vai ser muito estranho. Eu sou festeiro, como vocês devem saber.
Pra soprar velinhas, gosto de gente junto. Por diversas vezes, juntei um monte de gente que faz aniversário na mesma semana pra grandes farras. Gosto de música, de abraço, de beijo. De aproveitar pra juntar amigos e amigas que não se conhecem, de fazer pontes.
Se já era assim sempre e sempre, quando eu comecei essa aventura na política é que o negócio cresceu mesmo. Amizades de infância, familiarada, a turma dos Amantes de Glória, o pessoal das arquibancadas do Sport, galera da comunicação, da cultura, dos direitos humanos, do PSOL, dos movimentos populares. Sempre um som legal, sempre um clima de amor e unidade.
Mas este ano não tem aglomeração, por menor que seja. Valerão os abraços de meu filho, minha filha e minha companheira. Mesmo com meu pai, irmão e irmã vou ter que me contentar com as videochamadas que já vêm fazendo parte da nossa rotina. Pra poder juntar gente de alguma forma, vai rolar uma ‘laive’ no dia dos parabéns. É um jeito de interagir com algumas pessoas, soprar umas velas e fortalecer algumas campanhas de uma galera rocheda que anda fazendo a diferença nesses tempos pandêmicos.
Uma amiga minha que tem parte com as energias da natureza me dizia sempre que quando a gente quer mesmo uma coisa, a gente precisa verbalizar. Precisa botar pra fora, falar nos cantos. Porque, de acordo com ela, “o universo escuta”. E eu não tenho nenhuma dúvida de que seja verdade.
Então lá vai. Se quiser me dar um presente esse ano é a coisa mais fácil do mundo.
Basta ir lá no Instagram do nosso mandato (@ivanmoraesfilho) e ir lá no destaque dos stories.
Se você não tá ligada o que é, os destaques são aquelas bolinhas que ficam logo acima do ‘feed’, que é onde ficam todas as postagens abertas. É, eu também não gosto muito de explicar essas coisas na língua dos outros, mas é o jeito. Pois bem, logo o primeiro destaque é uma bolinha azul onde está escrito “Corona Vírus”. Passando de uma em uma, você vai ter acesso a um monte de campanha. Essas iniciativas estão sendo fundamentais para que centenas (milhares?) de pessoas possam ficar em casa com vida e com o mínimo de conforto durante o necessário isolamento social.
Tem Instragram não? Nem se aperreie. Se você mandar um ‘zap zap’ pra 81 8234-5004, a galera do mandato te manda uma listinha com 30 dessas mobilizações.
Brinquei esses dias que tem campanha pra tudo quanto é coração. Se alguém quiser doar pra algum grupo que esteja mais próximo de sua casa, tem coletivos atuando em todas as regiões político administrativas do Recife. Se prefere dar uma força pra algum segmento específico da população, nem se aperreie: pessoas com deficiência, pessoas privadas de liberdade, pessoas em situação de rua, pessoas LGBTQ+, pessoas que vivem com o HIV, crianças e adolescentes…
Quem preferir doar pra ONGs, tem ONGs. Quem quiser doar pra coletivos populares, vai encontrar também. É impressionantemente emocionante a força que nossa população mostra justamente nos momentos de mais dificuldade. No perrengue, aparece energia e a galera se junta pra dar uma mão a quem tá precisando mais.
E pode se tranquilizar: todas as campanhas que a gente está divulgando estão sendo promovidas por grupos sérios. É gente que eu conheço antes de me tornar vereador e grupos que andam junto com o nosso mandato há bastante tempo. Aliás, foi justamente pra aumentar a voz dessa galera que eu botei minha cara no santinho.
Não tem governo, não tem mandato que consiga, sozinho, formular soluções para os problemas da nossa sociedade se não tiver disposição pra ouvir quem tá na luta todo dia. Foi assim que me construí politicamente a partir da experiência no Centro de Cultura Luiz Freire e em tantas outras organizações com quem caminho junto há coisa de uns 20 anos.
Em praticamente todas as áreas das políticas públicas há organizações atuando, estudando, pensando, analisando experiências de outros lugares, pondo em prática a partir de projetos-piloto. Organizações sociais que estão sempre às voltas para se manter financeiramente e para serem ouvidas por gestores públicos e mesmo pela sociedade.
Em praticamente todos os territórios do Recife tem um coletivo de juventude, um grupo de hip hop, um sarau, uma associação de bairro. Organizações formadas por gente que sofre na pele o que significa depender do Estado para garantir seus direitos e que faz das tripas coração para poder reduzir o dano de décadas de descaso. Uma galera massa que sabe o poder que tem e que enfrenta tudo o que é dificuldade mas não deixa de lutar.
É com essa turma que quero estar sempre. E é pra essa galera que eu canto meus parabéns desse ano.
Conto contigo,
Beijo,
Ivan Moraes