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O presidente a Fundação de Cultura, Diego Rocha, afirmou que a Prefeitura do Recife ainda não tem um plano emergencial para a manutenção da cadeia produtiva da cultura durante o Covid-19. Rocha participou, junto com o secretário de saúde, de uma reunião virtual organizada pela Comissão Especial de Acompanhamento ao Coronavírus, na tarde de hoje.
"É lamentável que, durante a pandemia, a Prefeitura abra mão de cuidar de quem faz arte na cidade", desabafou Ivan Moraes em suas redes sociais. O vereador do PSOL cobrou respostas sobre o documento "A Cultura Precisa Sobreviver", criado a mais de um mês, com 18 sugestões e solicitações para apoiar os profissionais e os centros de cultura do estado. O documento foi construído em parceria com as Juntas Codeputadas e 150 trabalhadoras da cultura, tendo sido assinado por mais de 500 artistas. Também cobrou cachês, contratos e resultados de editais que até então estão atrasados. Rocha afirmou que a prefeitura pagaria os cachês atrasados e que cumpriria os compromissos com os programas que venceram o edital da Frei Caneca FM, mas disse que não há perspectiva de novos recursos. O resultado do Fundo Municipal de Cultura, por exemplo, que deveria ter sido publicado em dezembro do ano passado, foi suspenso por tempo indeterminado. "Não temos orçamento para nenhuma nova ação esse ano", disse o presidente, que concordou com várias propostas, mas informou que não teria gerência sobre as definições das políticas culturais para a cidade. "Quem define a política é a secretária de cultura Leda Alves".
Ivan perguntou qual é a previsão para o pagamento dos cachês dos artistas que trabalharam no carnaval e o presidente da Fundação de Cultura respondeu que 55% dos artistas foram pagos e ressaltou a velocidade com que a sua pasta está processando a burocracia necessária. "São formas diferentes de ver a mesma coisa. A prefeitura diz que pagou mais da metade dos contratos. Mas isto corresponde a menos de 18% dos recursos, como consta no Portal da Transparência. É importante lembrar que alguns dos maiores cachês também acabam sendo distribuídos para funcionários das bandas como técnicos de som e áudio, roadies, produtoras, assessorias de imprensa, etc", explica o vereador.